POLÍTICA DE COTAS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS: deslocamento discursivo afirmativo para compensatório em tempos de universalização de cotas para quase todos?
Palavras-chave:
Educação Superior, Ações Afirmativas, Políticas de CotasResumo
No Brasil contemporâneo outro olhar paira sobre os excluídos cultural e socialmente da garantia dos direitos sociais preconizados pela sociedade moderna. O diferencial se expressa pelo deslocamento discursivo dos nomeadamente marginalizados, “clientela” das Políticas compensatórias para o território político das ações afirmativas. Registra-se aqui um deslocamento discursivo provocado pela pressão dos novos movimentos sociais, tratados internacionais, legislações e iniciativas governamentais de caráter afirmativo. Com a aprovação da Lei de cotas 12.711/2012, o foco novamente desloca-se para as políticas universalizantes, minimizando o caráter reivindicatório do reconhecimento dos grupos étnico raciais dessas políticas. Este artigo objetiva questionar como a política de cota, originalmente pensada como uma ação afirmativa, desloca-se para política compensatória, reconfigurando o campo das disputas na educação superior.