DA CONCEPÇÃO DE DEFICIÊNCIA AO ENFOQUE DA NEURODIVERSIDADE
Palabras clave:
inclusão, diversidade, neurodiversidade, autismoResumen
Apresentam-se considerações acerca da designação deficiência, quando remetida ao público das necessidades educacionais especiais. Observa-se que os critérios para encaminhamento ao atendimento educacional especializado são pautados prioritariamente na identificação de deficts, sob referências do modelo médico. Em contraposição, alguns pesquisadores e algumas pessoas em situação de deficiência têm sustentado que o não funcionamento de um dos órgãos dos sentidos ou o funcionamento neurológico distinto da maioria da população não caracterizaria deficiência, mas sim diferenças no desenvolvimento, inclusive de constituição cultural. No Brasil chamam atenção a esse respeito, no meio acadêmico, os Estudos Surdos e pesquisas sobre percepções. Em nível internacional, evidencia-se o movimento neurodiversidade, encampado por sujeitos com transtorno do espectro autista (TEA). Defende-se que seus modos de se comportar e se relacionar seriam neurologicamente determinados, porém não entendidos como patologia, mas como diferença humana. O debate contribui para reflexões sobre a efetivação da educação inclusiva em termos atitudinais e sobre a relevância de se conhecer acerca de variações do neurofuncionamento.