A Irmandade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, símbolo e imagem
Palabras clave:
Irmandade Religiosa, Devoção, Província de Mato Grosso, PatrimônioResumen
Este artigo analisa o surgimento da Irmandade do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, seu símbolo eimagem, reforçam sua caracterização como espaço representativo da elite cuiabana, debrancos e abastados, barram outros grupos sociais (pretos, libertos e pardos), vetam suasentradas, garantindo para si o exercício político no seio da Irmandade. O objetivo consiste emanalisar os livros produzidos pela Irmandade, pois constituem a base de sustentação decontrole, poder e dominação, visando a própria sobrevivência da Entidade. A metodologiaempregada foi a pesquisa bibliográfica e documental, de análise qualitativa-descritiva emperiódicos e publicações de autores que discorrem sobre as Irmandades em Mato Grosso, queconstituem os instrumentos utilizados na execução da pesquisa. As Irmandades, eraminstituições leigas criadas e organizadas espontaneamente pela sociedade civil junto às Igrejase tendo por referência um santo padroeiro. Seus quatro Livros são objeto dessa pesquisa:Termo de Compromisso: a constituição da hierarquia estabelecida nas relações da Ordem;Bens e Alfaias: inventário patrimonial existente; Sessão de Mesa: as Reuniões dos membros daIrmandade; e Registro de Entrada de Irmãs e Irmãos: quantitativo de Irmãs e Irmãos, noperíodo de 1822 a 1898. Esses manuscritos (Livros) permitem situar a hierarquia daIrmandade, quais os ingressos e, como evidenciar a camada social ali representada. Aprodução do espaço católico, assim como do seu grupo associativo, a Irmandade se deu deacordo com as condições sociais locais, ou seja, conforme composição do quadro socialexistente no contexto do século XIX. Os grupos sociais da Provincia de Mato Grossoproduziram diferenças econômicas, políticas e sociais, pelo desenvolvimento do comércio,produção agrícola, criatória ou nos engenhos, bem como na ocupação de importantes cargospolítico-administrativos, da justiça e/ou de postos militares. Esse lugar social de cada grupoestava articulado com a produção socioeconômica, política e cultural da Província de MatoGrosso, como a pertença às elites herdeiras pós-coloniais, cativos e libertos ou aos corposmilitares de defesa do território. Os documentos pesquisados nos revelam a manifestação dosagrado atrelada, às formas de pertencimento e de reconhecimento entre os membros de um grupo religioso.