Quais re-Existências Decoloniais? Uma Análise Dos Movimentos Sociais Do Campo Em Itauçu-Goiás (1950-1960)
Palavras-chave:
Camponeses, Decolonialidade, Re-existênciasResumo
Os camponeses historicamente, sob o viés da historiografia oficial, sempre foram tratados pela perspectiva colonialista, hegemônica, dual, como atrasados, conservadores e incapazes. Todavia a perspectiva decolonial surge com uma nova proposta, a de dar visibilidade a grupos que se posicionam desafiando as estruturas sociais, políticas e epistêmicas da colonialidade que os tratou de forma inferiorizada. Essa comunicação objetiva analisar as contribuições da perspectiva decolonial para o entendimento das dinâmicas de organização dos camponeses em Itauçu-Goiás nas décadas de 1950 a 1960. A questão problema apresentada é: de que maneira as ações coletivas protagonizadas pelos camponeses de Itauçu, mobilizando seus saberes tradicionais em um espaço de fronteira, contribuem para a construção de processos de re-existência?A metodologia consiste em revisão bibliográfica. A presente análise investiga a dinâmica de mobilização camponesa na gênese de ações coletivas transformadoras, as quais impactaram as relações de poder e as estruturas de opressão historicamente estabelecidas. Os resultados da pesquisa revelam que as narrativas inscritas em uma perspectiva colonial frequentemente relegaram os camponeses à condição de vítimas passivas e sujeitos marginais ao progresso. E que, em contraposição, a lente decolonial ao propor um deslocamento epistemológico, situando-nos a partir das experiências e agências desses sujeitos sociais subalternizados, possibilitou observar-se que, em seu cotidiano, esses grupos desenvolvem práticas e conhecimentos insurgentes, configurando uma perspectiva contra-hegemônica de re-existência.