Festival das Artes, ancestralidades em movimento: práticas artístico-pedagógicas para uma educação antirracista
Palavras-chave:
Festival das Artes: ancestralidades em movimento, Semana de Educação da Pertença Afro-Brasileira, práticas artístico-pedagógicas; antirracismoResumo
O resumo tece considerações sobre as práticas artístico-pedagógicas que fizeram parte da programação das edições do Festival das Artes: ancestralidades em movimento (2023 e 2024), na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). O Festival acontece ao longo da Semana de Educação da Pertença Afro-Brasileira, que completou no ano passado a sua 20ª edição. A Semana de Educação da Pertença Afro-Brasileira e o Festival das Artes têm como objetivo discutir perspectivas epistemológicas que subvertem a lógica colonial e possibilitam a construção de currículos, práticas educacionais e artísticas antirracistas (Cavalleiro, 2001). Com uma programação composta por palestras, mesas, conferências, minicursos e grupos de trabalho, o evento vem também se consolidando como um espaço de apresentações artísticas, de oficinas de teatro, dança e de pesquisa e crítica nas Artes. Na sua primeira edição, o Festival teve na sua programação o espetáculo de dança Dá o Passo que visa explorar a figura de Exu através do movimento, oferecendo uma visão mais ampla e inclusiva do Orixá. Sobre as oficinas foram oferecidas as de Dança-Afro; de Hip-Hop e de Tranças, Turbantes e Teatro. A professora de dança Vânia de Oliveira apresentou a performance: Ritual, eu rainha – mulher negra e a atriz Isis Ferreira apresentou para as crianças a contação de história: Baú de Taú. A mesa Artes e Etnicidades, contou com a participação da professora de teatro Eliana Pataxó, do professor de dança Leonardo Chagas e a mediação do professor de teatro Francisco André. A oficina Teatro e Povos Indígenas e a contação de história Brasilianinho: a história de Acauã, foi apresentada para as crianças do Centro Educacional Leur Lomanto de Itaibó/BA que apresentaram o espetáculo O Nome do Vento. Em 2024, o evento contou com a presença do Teatro da Pedra de Minas Gerais, que além de apresentar o espetáculo Okán (coração em Iorubá), mediou oficina de cantos africanos e lançou os livros do grupo. Nesta edição, também participaram a professora de teatro Geisa Pena Tupinambá, a cineasta cubana Aída Bueno Sarduy, a professora de dança Leda Maria Ornelas, o músico Alexandre Cores Sagradas e a professora de teatro Maria de Sousa. Conclui-se que o Festival das Artes vem reunindo pesquisadoras/es, estudantes, docentes, artistas de âmbito nacional e internacional e pessoas interessadas nas discussões sobre educação, relações étnicas e relações raciais. Trata-se de um evento que vem produzindo e difundindo os conhecimentos contracoloniais (Bispo, 2023) produzidos dentro e fora das universidades.