MATERIALISMO CULTURAL E TEORIA DA PRÁTICA: EDUCAÇÃO E ESCOLA TRANSITANDO ENTRE A BASE E A SUPERESTRUTURA
Palavras-chave:
Materialismo cultural, Teoria da prática, Educação, Base (infraestrutura), SuperestruturaResumo
Apresenta-se de forma ensaística uma reflexão sobre as relações possíveis da cultura como superestrutura não totalmente determinada, mas a mercê de relações dialéticas que estabelece com sua base. O materialismo cultural ou análise marxista da cultura restaura o elo perdido pelas interpretações deterministas do marxismo, por meio de retomada da relação dialética entre as forças que constituem uma dada totalidade. Aponto reflexões de Raymond Williams (1921-1988), em que o materialismo cultural apresenta-se como possibilidade de aprumar o marxismo de base determinista e superestrutura determinada. Retomo por esse autor ao mesmo tempo um “sistema de referência” que dá conta das transformações da sociedade que se avizinhava à Marx (1818-1883). Contextualizo um histórico dos marxismos que seguiram do século XIX para cá. O que se percebe na observação deste objeto no curso de seu movimento histórico, se desdobra na tentativa de situar a cultura, a educação e a escola como que transitando entre a base e a superestrutura, o que aqui chamo de ‘elo dialético’ que dá costura ao que nunca na realidade fora cindido, exceto
nas ideologias. Por fim, sinalizo problematizar sobre certa convergência de análises entre o materialismo cultural e a praxiologia ou teoria da prática de Pierre Bourdieu (1930-2002), onde a dialética se realiza entre o campo e o habitus, por meio relacional
da interiorização da exterioridade e exteriorização da interioridade.