Coordenação Pedagógica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: desafios e possibilidades em tempos de aulas remotas
Palavras-chave:
Coordenador Pedagógico, Formação Docente, Aulas Remotas, Gestão EscolarResumo
Este estudo reflete sobre o papel do coordenador pedagógico nos anos iniciais do ensinofundamental durante o período de aulas remotas na pandemia da Covid-19, com foco nasexperiências de coordenadores de São Luís de Montes Belos, Goiás. A pesquisa, de naturezaqualitativa, utilizou revisão bibliográfica, análise documental e pesquisa de campo, aplicandoquestionários online a nove coordenadoras pedagógicas da rede municipal. Fundamentada emautores como Peres (2020), Prado (2012), Sarmento (2009) e Vasconcellos (2019), ainvestigação aborda a evolução histórica da coordenação pedagógica no Brasil, desde asupervisão escolar (Lei nº 5.692/1971) até sua consolidação como função pedagógicacolaborativa pela LDB nº 9.394/1996. O trabalho destaca a transição do supervisor escolar,focado em controle técnico-administrativo, para o coordenador pedagógico, cuja atuação visa àformação docente, inovação pedagógica e gestão democrática. Contudo, a ausência deregulamentação profissional e a sobrecarga de funções administrativas comprometem suaidentidade e eficácia. No contexto local, a Lei Municipal nº 1.862/2010 define o coordenadorcomo suporte pedagógico, mas a formação inicial, como na UEG - Câmpus Oeste, revelalacunas, com escassa abordagem da gestão escolar nas matrizes curriculares. Durante apandemia, a transição para o ensino remoto evidenciou desafios como a necessidade decapacitação tecnológica, desigualdades de acesso a recursos digitais e dificuldades deinteração com docentes e alunos. A pesquisa de campo identificou que 67% dascoordenadoras enfrentaram barreiras na familiarização com tecnologias, enquanto 78%relataram acesso a formações continuadas oferecidas pela secretaria municipal, embora 22%não tenham participado, sugerindo disparidades na oferta. Os principais desafios incluem abaixa participação discente, limitações tecnológicas dos professores e o acúmulo de funções,enquanto aspectos positivos abrangem a percepção de avanços na aprendizagem e apromoção de práticas inovadoras. Conclui-se que o coordenador pedagógico é essencial comoarticulador e formador, mas sua atuação exige reformulações na formação inicial e continuada,além de políticas públicas que delimitem suas atribuições e garantam condições adequadas. Oestudo reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura tecnológica e capacitaçãopara enfrentar os desafios do ensino remoto, promovendo uma gestão escolar mais inclusiva eeficaz, alinhada às demandas contemporâneas da educação básica.