A EJA E O TEMPO: A NEGAÇÃO DA COETANEIDADE DE UMA POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL

Autores

Palavras-chave:

Etnografia, EJA, Tempo, Coetaneidade

Resumo

O presente texto aborda etnograficamente a temporalidade relacionada à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Trata-se de problematizar as questões dos usos do tempo e da política pública educacional, por meio do trabalho de campo (feito entre 2016/2017), realizado no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAp. UFRGS), em Porto Alegre. Para tanto, recorro a uma reflexão antropologicamente orientada a desnaturalização das temporalidades justapostas à EJA como modalidade pedagógica. Indagando: 1. Por quais maneiras o tempo é pensado e definido nas matrizes documentais que direcionam a escolarização de jovens e adultos? 2. Como os sujeitos que retornam à escola, com suas intermitências, percebem o tempo? No plano metodológico, escolhi escrutinar criticamente o Parecer do Conselho Nacional de Educação de n. 11/2000, que teve o Professor Dr. Carlos Roberto Jamil Cury como relator, em conjunto com as duas resoluções que orientam as diretrizes legislativas da EJA, respectivamente: a resolução de n. 3, promulgada em 15 de junho de 2010 e a resolução n. 1 de 2 de fevereiro de 2016. A partir dessa configuração “político-institucional”, busco apresentar um conjunto de depoimentos de alguns discentes da EJA do Aplicação. Assim, descortino diferentes naturalizações e percepções do tempo que, conjuntamente, parecem um “canteiro” de obras e ideais educacionais nunca terminados ou efetivados, mas, sempre tomados em estado de latência, incorporadas as práticas ideológicas que compõe a própria política e a subjetividade das pessoas – negando a coetaneidade de sua atuação e sentido.

Biografia do Autor

Alef de Oliveira Lima

Alef de Oliveira Lima é doutorando e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui Licenciatura Plena em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente pesquisa nos campos da Antropologia da Educação e da Aprendizagem com foco nos temas das identidades de gênero, diversidade, escolarização e reconhecimento 

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Publicado

04/27/2022

Como Citar

de Oliveira Lima, A. (2022). A EJA E O TEMPO: A NEGAÇÃO DA COETANEIDADE DE UMA POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL. Revista Científica De Educação, 5(1), e021026. Recuperado de https://seer.facmais.edu.br/rc/index.php/RCE/article/view/61